Neste domingo ensolarado, estou de folga, tive a oportunidade de refletir o quanto é bom um momento de lazer para podermos fazer tudo que quisermos, exercitarmos nossa criatividade, realizarmos uma caminhada, lermos um bom livro, pedalar ou simplesmente não fazer nada. Pois durante a correria do dia a dia, nos preocupamos em demasia com o trabalho, ou seja, os momentos de ócio ficam em segundo plano. Muitos acham que perdem tempo e/ou dinheiro se fizerem algo diferente no cotidiano e vivem correndo estressados, apenas se dão o direito a diversão nos dias de folga, muitas vezes nessas horas se culpam por não estarem “fazendo nada”.
Mas eu fico me indagando. Por que não nos permitimos ter uma folguinha todos os dias, nem que seja de alguns minutos? Talvez isso nos ajudasse a ter uma qualidade de vida melhor?.
Enfim, essas questões me lembraram um livro, que li na época da faculdade, chamado “O DIREITO À PREGUIÇA”, escrito por Paul Lafargue, o qual defende o ideal de que todos devem ter direito ao descanso. Tal ideal parece contraditório nos dias atuais, onde o que se prega é o “direito ao trabalho”, isto porque vivemos numa sociedade capitalista que supervaloriza o trabalho (para aumentar seus lucros e oprimir os menos favorecidos). Este livro é uma pequena obra, de leitura fácil, com alguns comentários irônicos, que visa levar o leitor a uma reflexão, sobre a forma de trabalho que estamos acostumados a ter e possui fundamentos que se mantêm muito atuais.
O que o autor mais critica, são as jornadas de trabalho, que eram de 12, 14 horas diárias na França, no séc. XIX (como é citado na obra) e que não se distanciam das condições de trabalho atualmente existentes em muitos países, inclusive no Brasil. O autor defende esse ideal, baseando-se em pensamentos socialistas. A bandeira levantada nesse livro é a proposta da diminuição da carga horária de trabalho, para que as pessoas possam ter uma vida mais saudável, ter mais momentos de lazer, consigam realmente viver, no melhor sentido da palavra.
Compartilho da opinião de Paul Lafargue e também acho que devemos buscar melhores condições de trabalho, horários flexíveis , aumentar os momentos de lazer e com isso ampliar os meios de manifestar nossa criatividade. Hoje em meio ao ócio pude ter a inspiração de escrever este texto que poderá servir de reflexão para quem o leia.
Viva ao ócio criativo!
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